Na imagem presente neste artigo podemos observar a evolução da construção de um ninho primário realizada por uma fundadora de Vespa velutina nigrithorax.
Entre o final do inverno e o inicio da primavera a vespa fundadora fecundada emerge do lugar onde estava “oculta” realizando a sua diapausa (dormência), escolhendo o lugar mais propício para a construção do ninho primário. Esta será feita num lugar resguardado, seguro de predadores e de condições meteorológicas adversas.
A construção deste ninho primário começa pela formação de uma massa “tipo chiclete”, que será a sua base sustentável (imagem 1), a partir da qual se vai formar um pedicelo (suporte) e no extremo deste um pente com 3 células. Seguidamente dá-se início à formação da envoltura do ninho, quando esta apresenta um formato de guarda-chuva são acrescentadas mais células no primeiro pente (imagem 2, 3, 4 & 5). Uma vez alcançada metade da construção da envoltura inicia-se a primeira postura dos ovos dos quais nascerão as primeiras obreiras (imagem 6). Uma vez realizada esta postura, é dada continuidade à envoltura do ninho até alcançar o tamanho de uma bola de golf, ficando apenas uma pequena abertura na parte inferior (imagem 7 e 8).
Se as condições onde se encontra o ninho forem adequadas, será possível a continuação do desenvolvimento do mesmo. Este processo carateriza-se pela construção continua de camadas (paralelas) sobre a envoltura inicial e no incremento de novas células, pudendo alcançar o tamanho de uma bola de ténis. Após a construção de uma nova camada a rainha procede à destruição da anterior, reutilizando esse material. Estes ninhos mais podem conter de 40- 60 células.
Normalmente, se um ninho primário se encontrar num lugar fechado (anexos, cobertos, etc.) com ausência de perturbações, a rainha e as obreiras primárias continuam a construção deste ninho até que se converter num ninho secundário.
O material de construção do ninho é formado por saliva, água e fibras de restos vegetais mastigados, bem como por partículas minerais tipo argila.
As primeiras vespas obreiras que nascem nestes ninhos primários são as responsáveis por ajudar a vespa fundadora na construção do ninho secundário.
Texto: José Aranha & Nazareth Crespo