Nos dias 15 e 16 de março de 2021 a Dolmen (Cooperativa de Desenvolvimento Local e Regional) e a Ader-Sousa (Associação de Desenvolvimento Rural das Terras do Sousa) promoveram duas ações de sensibilização, em formato webinar, que tiveram como objetivo a apresentação dos resultados intercalares do projeto Grupo Operacional – Vespa velutina e a sensibilização para a importância da colocação de armadilhas.
José Aranha, Professor da UTAD e coordenador dos trabalhos de investigação em curso, apresentou os resultados da investigação que tem sido efetuada no Território desde 2018 e que se prolongará até final de 2021, destacando as cartas de densidade de ninhos e de transumância, que se constituirão como importantes instrumentos de apoio à tomada de decisão pelo apicultor. Apresentou ainda a evolução da problemática a nível regional e nacional, referindo que em 2012 foram registados 43 ninhos, número que tem sido crescente, tendo atingido o seu pico no ano de 2019, com o registo de mais de 21 mil ninhos, afirmando que não se trata de eliminar a praga, sendo isso impossível, mas antes mitigar os seus efeitos.
Destaque ainda para a intervenção de Alexandre Vieira, Presidente da Associação de Apicultores do Marão e apicultor, que partilhou a sua experiência nas boas práticas a adotar no maneio das colmeias, chamando a atenção para a questão da sanidade, focando-se no problema da Varroa, e no combate à vespa, nomeadamente através da construção e colocação de armadilhas junto dos apiários.
Destas sessões, participaram ainda os coordenadores dos Serviços de Proteção Civil dos municípios de Felgueiras, Lousada, Paredes, Paços de Ferreira, Penafiel, Marco de Canaveses, Baião, Resende e Amarante, que apresentaram a evolução desta problemática em cada município e partilharam as estratégias que têm vindo a ser adotadas na sua mitigação. Estratégias que passarão também pela realização de ações de informação e sensibilização junto das populações locais e comunidades escolares, iniciativas nas quais a Dolmen e a Ader-Sousa se manifestaram disponíveis para colaborar.
Na ação de dia 16, promovida pela Dolmen, a sessão de abertura ficou a cargo de Cristina Vieira, na dupla qualidade de Presidente da Dolmen e da Câmara Municipal de Marco de Canaveses, que lembrou os objetivos do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, justificado pela “necessidade de valorização do setor, potenciar a manutenção da atividade e da rentabilidade para o apicultor, para combater a desertificação, sendo esta uma forma de contribuir para a preservação dos espaços rurais podendo constituir-se também como importante contributo na prevenção dos incêndios”. Recordou ainda que, no final do projeto, será disponibilizado um manual de boas práticas, como ferramenta de trabalho.
A encerrar a sessão Elsa Pinheiro, Coordenadora Geral da Dolmen, frisou a relevância da sessão desde logo pelo seu caráter informativo e pedagógico, havendo ainda um relativo grau de desconhecimento relativamente ao reconhecimento do inseto e dos ninhos e ainda a forma adequada de atuação. Realçou ainda a importância do trabalho em rede e das parcerias, relevante em qualquer área de atuação, não sendo o combate a esta praga exceção, desde logo porque “a vespa não conhece fronteiras, sendo importante que esta partilha de conhecimento se promova numa abordagem supramunicipal”.
O balanço da Dolmen relativamente a estas ações é muito positivo, quer pela assertividade das intervenções dos oradores, quer pelo debate, momento muito interessante, animado pelas diversas questões e partilha de preocupações que foram colocadas pelos participantes.
Esta iniciativa insere-se no âmbito do Grupo Operacional – Controlo e minimização de prejuízos da espécie invasora Vespa velutina nigrithorax na produção apícola, sendo cofinanciado pelo PDR 2020.